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ATITUDES PERANTE A IMIGRAÇÃO:

DE ONDE VIMOS E ONDE ESTAMOS?

PORTUGAL NA EUROPA EM

2002/03

E

2014/15

Vivemos num mundo de migrações. Hoje, como

ontem, um grande número de pessoas desloca-se por

iniciativa própria ou é forçada a deslocar-se. Estes

movimentos de indivíduos e grupos têm gerado novos

tipos de relações sociais que, ao longo da história, têm

assumido modalidades que variam entre a cooperação

e o conflito aberto. Nos últimos anos, os países

europeus têm sido procurados por muitos migrantes,

em grande parte refugiados - um fenómeno que se

contabiliza em números muito elevados e inclui

situações dramáticas como as vividas por aqueles que

atravessam o Mediterrâneo onde, ano após ano, se têm

perdido largos milhares de vidas humanas.

A pergunta que aqui se coloca é a seguinte: como são

vividos, pelos cidadãos europeus, estes fluxos

migratórios mais recentes e a chamada 'crise dos

refugiados'?

O European Social Survey (ESS), na sua 7ª edição

(2014/15), procurou responder a esta pergunta

estudando especificamente as atitudes dos europeus

acerca da imigração e recolhendo dados que permitem

conhecer os antecedentes dessas atitudes. Assim,

foram retomadas muitas das questões já colocadas no

módulo sobre a imigração realizado em 2002/03,

permitindo uma análise longitudinal, ao mesmo tempo

que se introduziram novas questões, destinadas a

aprofundar aspetos particulares das atitudes sobre a

imigração no contexto atual. O desenho do projeto de

pesquisa que subjaz a este novo módulo coube a uma

equipa liderada por Anthony Heath, da Universidade

de Oxford. Esta equipa integrou investigadores de

vários países, entre os quais Alice Ramos, do ICS-

ULisboa, e foi selecionada num concurso que o ESS

abre bienalmente para escolha dos módulos temáticos

que integram o questionário.

O presente Boletim utiliza dados recolhidos em

2002/03 e 2014/15 em amostras probabilísticas e

representativas das populações com idade igual ou

superior a 15 anos. As análises relativas a 2014/15

debruçam-se sobre 20 países

¹

, e as análises

comparativas sobre os 18 países que participaram nos

dois estudos

²

. As respostas dos inquiridos foram

recolhidas nas respetivas residências através de

entrevistas presenciais com a duração média de uma

hora.

São evidenciados alguns dos tópicos abordados em

2014/15 através de uma análise comparativa e

longitudinal com o objetivo de compreender como

evoluíram as atitudes dos europeus acerca da

imigração ao longo de mais de uma década. Note-se

que as análises descritivas que apresentamos estão

mais sujeitas a alterações contextuais do que os

modelos analíticos que estes dados permitem testar. Os

dados de todas as rondas do ESS estão disponíveis em:

www.ess.ics.ul.pt

ou

www.europeansocialsurvey.org

Este Boletim está organizado em torno de quatro

questões:

Abertura ou oposição à entrada de imigrantes?

São os imigrantes percebidos como uma ameaça?

Quem pode entrar?

Abertura ou oposição ao acolhimento de refugiados?

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