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Se as conceções que os portugueses têm sobre democracia não se afastam especialmente da média europeia,
o mesmo não sucede com as avaliações de desempenho, como vemos na Figura 4 (ver página seguinte).
Com quatro exceções - qualidade da informação dos meios de comunicação social, eleições livres e justas,
liberdades das oposições e dos media - as avaliações médias dos portugueses estão, em todos os outros
domínios, abaixo das detetadas em média nos países incluídos no ESS. É nos domínios do funcionamento
dos tribunais, dos direitos das minorias e do combate à pobreza que a avaliação que os portugueses fazem
do funcionamento da sua democracia mais se afasta daquela que é feita, em média, no resto dos países
europeus incluídos no ESS.
SI
SE
IS
HU
PL
CY
ES
BG
IL
Portugal
EE
CH
IE
DE
NL
20
FI
SK
DK
CZ
BE
22
24
26
28
30
32
34
36
38
40
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1
1.3 A CLASSE POLÍTICA EM PORTUGAL
Os resultados não se afastam significativamente dos obtidos para a população em geral, como se verifica na
figura 5 (ver página seguinte). Também para deputados e autarcas, “Democracia” não se resume a
eleições livres: a igualdade perante a lei e o combate à pobreza aparecem como dimensões de importância
igualmente elevada, e é também aqui (assim como na negligência dos governos em comunicarem com os
cidadãos) que se verificam os maiores défices democráticos. Se há um aspeto que singulariza a classe
política deste ponto de vista ele tem a ver com a qualidade da informação nos meios de comunicação, afinal
o principal intermediário entre os políticos e os cidadãos: a importância que a classe política atribui a este
aspeto é particularmente elevada, e a avaliação que faz é particularmente negativa.
Figura 3
DESIGUALDADE ECONÓMICA E IMPORTÂNCIA DA
JUSTIÇA SOCIAL NA DEMOCRACIA
Importância da “justiça social” para a Democracia
Índice de Gini após transferências, 2011 (SWIID)
R²=0,34